A concordância verbal ocorre quando o verbo de flexiona para concordar com o sujeito gramatical. Essa flexão verbal é feita em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa).
A concordância nominal ocorre quando há flexão de um termo (artigo, adjetivo, pronome,…) para concordar com um substantivo. Essa flexão é feita em gênero (masculino ou feminino) e em número (plural ou singular).
Exemplos de concordância verbal
- Eu aprendi;
- Ele aprendeu;
- Nós aprendemos;
- Eles aprenderam.
Exemplos de concordância nominal
- O amigo verdadeiro;
- A amiga verdadeira;
- Os amigos verdadeiros;
- As amigas verdadeiras.
Apesar dessas regras básicas, existem casos específicos de concordância verbal e de concordância nominal.
Casos específicos de concordância verbal
Existem diversos casos específicos de concordância verbal. Os principais são:
Concordância verbal com verbos impessoais
Os verbos impessoais, como não apresentem sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do singular:
- Havia várias pessoas esperando. (verbo haver com sentido de existir)
- Faz cinco anos que eu te conheci. (verbo fazer indicando tempo decorrido)
- Aqui onde moro, chove todos os dias. (verbos que indicam fenômenos atmosféricos)
Concordância verbal com a partícula apassivadora se
Com a partícula apassivadora se, o objeto direto assume a função de sujeito paciente. Assim, o verbo estabelece concordância em número com o objeto direto:
- Vende-se casa.
- Vendem-se casas.
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se
Quando a partícula se atua como indeterminadora do sujeito, o verbo fica sempre conjugado na 3.ª pessoa do singular:
- Precisa-se de empregado.
- Precisa-se de empregados.
Concordância verbal com a maioria, a maior parte, a metade,...
Com essas expressões, o verbo fica conjugado, preferencialmente, na 3.ª pessoa do singular. Contudo, já se considera aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural:
- A maioria dos alunos vai…
- A maior parte dos alunos vai…
- A maioria dos alunos vão…
- A maior parte dos alunos vão…
Concordância verbal com pronome relativo que
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo que:
- Fui eu que pedi…
- Foi ele que pediu…
- Fomos nós que pedimos…
Concordância verbal com pronome relativo quem
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo quem ou fica conjugado na 3.ª pessoa do singular:
- Fui eu quem pedi…
- Fomos nós quem pedimos…
- Fui eu quem pediu…
- Fomos nós quem pediu…
Concordância verbal com o infinitivo pessoal
O infinitivo é flexionado, principalmente, quando se pretende definir o sujeito e quando o sujeito da segunda oração é diferente do da primeira:
- Isto é para nós fazermos.
- Eu pedir para eles fazerem tudo.
Concordância verbal com o infinitivo impessoal
O infinitivo não é flexionado, principalmente, em locuções verbais e em verbos preposicionados:
- As pessoas conseguiram entender a verdade.
- Foram incentivados a entender a verdade.
- Foram impedidos de entender a verdade.
Concordância verbal com o verbo ser
Com o verbo ser, a concordância em número é estabelecida com o predicativo do sujeito:
- Isto é brincadeira!
- Isto são brincadeiras!
Concordância verbal com um dos que
Com a expressão um dos que, o verbo fica sempre na 3.ª pessoa do plural:
- Um dos que foram…
- Um dos que querem…
- Um dos que podem…
Veja aqui outros casos específicos de concordância verbal.
Casos específicos de concordância nominal
Existem diversos casos específicos de concordância nominal. Os principais são:
Concordância nominal com pronomes pessoais
O pronome pessoal e o adjetivo estabelecem concordância em gênero e número:
- Ele é falador.
- Ela é faladora.
- Eles são faladores.
- Elas são faladoras.
Concordância nominal com vários substantivos
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo ou assume a forma no masculino plural:
- mochila e livro emprestado;
- livro e mochila emprestada;
- mochila e livro emprestados;
- livro e mochila emprestados.
Concordância nominal com vários adjetivos
O substantivo fica no singular quando há vários adjetivos no singular que se encontram determinados por artigos. Sem a presença de artigos, o substantivo fica no plural:
- a professora simpática e a antipática;
- o professor simpático e o antipático;
- as professoras simpática e antipática;
- os professores simpático e antipático.
Concordância nominal com bastante, muito, pouco, meio, caro, barato, longe
As palavras bastante, muito, pouco, meio, caro, barato e longe, enquanto adjetivos, concordam em gênero e número com o substantivo:
- muitas joias;
- bastantes joias;
- poucas joias;
- joias caras;
- joias baratas.
Nota: Essas palavras permanecem invariáveis apenas quando assumem a função de advérbios, modificando um verbo.
Concordância nominal com é permitido e é proibido
Com estas expressões, o adjetivo varia em gênero e número quando houver a presença de um artigo determinando o substantivo. Quando não houver artigo, o adjetivo permanece invariável no masculino singular:
- É permitida a entrada de animais.
- É proibida a entrada de animais.
- É permitido entrada de animais.
- É proibido entrada de animais.
Nota: Essa mesma regra de concordância é também aplicada às expressões: é necessário, é preciso, é bom.
Concordância nominal com mesmo e próprio
As palavras mesmo e próprio estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando atuam como adjetivo:
- na mesma função;
- no mesmo trabalho;
- nas mesmas funções;
- nos mesmos trabalhos;
- na própria casa;
- no próprio escritório;
- nas próprias casas;
- nos próprios escritórios.
Nota: Esta regra de concordância estende-se também às palavras obrigado, quite, anexo e incluso.
Concordância nominal com menos
A palavra menos permanece sempre invariável:
- menos alegria;
- menos alegrias;
- menos problema;
- menos problemas.
Veja aqui outros casos específicos de concordância nominal.