A apóstrofe é uma figura de linguagem que consiste numa invocação, interpelação ou chamamento de algo personificado ou de alguém, quer seja real ou imaginário, quer esteja presente ou ausente. Ocorre uma breve alteração na narração ou discurso, sendo invocada a entidade ou dirigida a palavra à entidade à qual se refere a mensagem.
Assim, a apóstrofe promove uma aproximação entre o emissor da mensagem e o receptor, proporcionando uma maior receptividade da mensagem, tornando-a mais real e enfática. É muito utilizada no cotidiano, principalmente em orações religiosas, engrandecendo a entidade destacada, e em discursos políticos, envolvendo e cativando os receptores da mensagem.
A apóstrofe equivale, sintaticamente, ao vocativo. É utilizada maioritariamente no discurso direto, apresentando frequentemente uma entonação apelativa e exclamativa. Deve ser destacada com vírgulas ou com outro sinal que pontuação que transmita esse destaque, como ponto de exclamação ou reticências.
Exemplos de apóstrofe:
- Filho, estou aqui te esperando!
- Ó Pedro, você pode parar com esse barulho todo?
- Espera, meu amor, que eu estou chegando!
- Venha, Filipe, está na hora de dormir.
- Não coma tão depressa, menina!
- Você viu a confusão no recreio, professora?
Exemplos de apóstrofe na literatura e na música:
- “Criança! não verás país nenhum como este: / Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo Bilac)
- “Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa / Uma boa média que não seja requentada.” (Noel Rosa)
- “Tende piedade de mim, Senhor, de todas as mulheres” (Vinícius de Moraes)
- “Pai, afasta de mim esse cálice, Pai” (Chico Buarque de Holanda)
- “Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa)
- “É, Senhor, o contrário que mais temo!” (Bocage)
Atenção!
Não confundir apóstrofe com apóstrofo. Apóstrofe é uma figura de linguagem e apóstrofo é um sinal gráfico auxiliar de escrita que indica a supressão de fonemas em palavras, como em: copo-d'água, pau-d'óleo,…