Pleonasmo é o uso excessivo de palavras na transmissão de uma ideia, ocorrendo repetição e redundância. Pode atuar como uma figura de linguagem - pleonasmo literário - ou como um vício de linguagem - pleonasmo vicioso.

Pleonasmo literário

No pleonasmo literário há uma repetição de ideias que visa intensificar o valor expressivo das palavras, reforçando o que está sendo transmitido, e assim despertar sentimentos e captar a atenção do leitor. É uma figura de linguagem.

Exemplos de pleonasmo literário

  • “Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)
  • "Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa)
  • "Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)
  • "E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Morais)
  • “Me sorri um sorriso pontual” (Chico Buarque)

Saiba mais sobre outras figuras de linguagem.

Pleonasmo vicioso

No pleonasmo vicioso, a repetição das ideias é supérflua e inútil, sendo desnecessária para a transmissão do conteúdo da frase. Os vícios de linguagem ocorrem, normalmente, por falta de atenção e pouco conhecimento dos significados das palavras pelos falantes.

Exemplos de pleonasmo vicioso

  • entrar para dentro;
  • sair para fora;
  • subir para cima;
  • descer para baixo;
  • adiar para depois;
  • surpresa inesperada;
  • outra alternativa;
  • ver com os olhos;
  • protagonista principal;
  • elo de ligação;
  • encarar de frente;
  • conclusão final;
  • há muito tempo atrás;
  • planejar antecipadamente;
  • repetir de novo;
  • consenso geral;
  • fatos reais.

Veja também: Lista dos pleonasmos mais comuns

Enquanto alguns pleonasmos são inaceitáveis pelos falantes, sendo considerados erros crassos, como “subir para cima” e “entrar para dentro”, outros são aceitos, sendo muito frequente sua utilização, como os pleonasmos de negação: “não encontrei ninguém”, “não falei com ninguém”, “não vi nada”, “não sei nada”.

Saiba mais sobre outros vícios de linguagem.

A grande maioria é pleonasmo?

A expressão “a grande maioria” não é um pleonasmo, sendo diferente indicarmos se foi a maioria ou a grande maioria (ou esmagadora maioria, expressiva maioria, …), dado que a maioria indica apenas que é o maior número e a grande maioria indica que são quase todos.

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.