Parlendas são versos infantis ritmados e repetitivos, normalmente breves e com rimas. São versos simples, divertidos e de fácil memorização. São criações anônimas que fazem parte do folclore brasileiro e passam de geração para geração, transmitindo a cultura oral popular.

As parlendas contribuem para o desenvolvimento da memorização, da comunicação, da socialização e do raciocínio lógico. São usadas em acontecimentos cotidianos, em brincadeiras de roda, em jogos, em decisões, em histórias ou apenas por diversão.

Exemplos de parlendas do folclore brasileiro

1. Um, dois, feijão com arroz
Três, quatro, feijão no prato
Cinco, seis, falar inglês
Sete, oito, comer biscoitos
Nove, dez, comer pastéis.

2. Dedo mindinho,
Seu vizinho,
Pai de todos,
Fura bolo,
Mata piolho.

3. Uni duni tê
Salamê min guê
O sorvete colorido
O escolhido foi você!

4. Batatinha quando nasce,
Se esparrama pelo chão,
Menininha quando dorme,
Põe a mão no coração.

5. Sol e chuva,
Casamento de viúva.
Chuva e Sol,
Casamento de espanhol.

6. Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi carregar trigo.
Cadê o trigo?
A galinha espalhou.
Cadê a galinha?
Foi botar ovo.
Cadê o ovo?
O frade comeu.
Cadê o frade?
Tá no convento.

7. O macaco foi à feira,
não sabia o que comprar.
Comprou uma cadeira
pra comadre se sentar.
A comadre se sentou,
a cadeira esborrachou.
Coitada da comadre,
foi parar no corredor.

8. Corre cutia, na casa da tia.
Corre cipó, na casa da avó.
Lencinho na mão, caiu no chão.
Moça bonita, do meu coração.
Um, dois, três!

9. Hoje é domingo, pede cachimbo
Cachimbo é de barro, dá no jarro
O jarro é fino, dá no sino
O sino é de ouro, dá no touro
O touro é valente, dá na gente
A gente é fraco, cai no buraco
O buraco é fundo, acabou-se o mundo!

10. Santa Luzia
Passou por aqui
Com seu cavalinho
Comendo capim.
Santa Luzia
Que tinha três filhas:
Uma que fiava,
Uma que tecia,
Uma que tirava
O cisco que havia.

11. Pedrinha rolou,
Pisquei pro mocinho,
Mocinho gostou.
Contei pra mamãe,
Mamãe nem ligou.
Contei pro papai,
Chinelo cantou.

12. Eu sou pequena
Da perna grossa.
Vestido curto,
Papai não gosta.

13. A casinha da vovó
cercadinha de cipó.
O café está demorando
com certeza não tem pó.

14. Quem cochicha,
o rabo espicha.
Come pão
com lagartixa.

15. Serra, serra, serrador
Quantas tábuas já serrou?
Um, dois, três, quatro.

16. Una,
duna,
tena,
catena,
solá,
soladá,
gurupim,
gurupá,
conta bem,
que são dez.

17. Lá na rua vinte e quatro,
a mulher matou um sapo
com a sola do sapato.
O sapato estremeceu,
a mulher morreu,
o culpado não fui eu.

18. Galinha choca,
comeu minhoca,
saiu pulando,
que nem pipoca.

19. Meio-dia
macaco assobia
panela no fogo
barriga vazia.
Meio-dia
macaca Sofia
fazendo careta
pra Dona Maria.

20. Suco gelado
cabelo arrepiado.
Qual é a letra
do seu namorado?

21. O Papagaio come milho,
periquito leva a fama.
Cantam uns e choram outros
triste sina de quem ama.

22. Tá com frio?
Toma banho no rio.
Tá com calor?
Toma banho de regador.

23. Rei, capitão,
soldado, ladrão.
Moça bonita
do meu coração.

24. Eu sou pequenininha,
do tamanho de um botão.
Carrego papai no bolso
e mamãe no coração.

25. Lá em cima do piano
tinha um copo de veneno.
Quem bebeu, morreu
o azar foi seu!

26. Fui à feira comprar uva,
encontrei uma coruja.
Eu pisei na cauda dela,
me chamou de cara suja.

27. A vovó da Mariazinha
fez xixi na panelinha
e falou pra todo mundo
que era caldo de galinha.

28. Uma pulga na balança
deu um pulo e foi à França.
Os cavalos a correr,
os meninos a brincar,
vamos ver quem vai pegar.

29. Subi na roseira,
quebrou um galho.
Segura (nome da criança)
senão eu caio.

30. Chuva, choveu
goteira pingou.
Pergunte ao papudo
se o papo molhou.

31. Era uma bruxa
à meia-noite
em um castelo mal-assombrado
com uma faca na mão
passando manteiga no pão.

32. Quem vai ao ar,
perde o lugar.
Quem vai ao vento,
perde o assento.
Quem vai à ribeira,
perde a cadeira.

33. A galinha do vizinho
bota ovo amarelinho.
Bota um, bota dois, bota três,
bota quatro, bota cinco, bota seis,
bota sete, bota oito, bota nove,
bota dez!

34. João corta o pão,
Maria mexe o angu,
Teresa põe a mesa,
para a festa do Tatu.

35. Salada, saladinha
bem temperadinha
com sal, pimenta.
Fogo, foguinho, fogão!

36. Boca de forno.
Forno!
Tira o bolo.
Bolo!
Se um mestre mandar?
Faremos todos!
E se não for?
Bolo!

37. Papagaio louro
do bico dourado
mande essa cartinha
para o meu namorado.
Se estiver dormindo,
bata na porta.
Se estiver acordado,
deixa recado.

38. Bão, babalão,
Senhor Capitão.
Espada na cinta,
ginete na mão.
Em terra de mouro
morreu seu irmão,
cozido e assado
no seu caldeirão.

39. A sempre-viva quando nasce,
toma conta do jardim.
Eu também quero arranjar
quem tome conta de mim.

40. Fui passar na pinguelinha,
chinelinho caiu do pé.
Os peixinhos reclamaram:
Que cheirinho de chulé!

41. Por detrás daquele morro,
passa boi, passa boiada.
Também passa moreninha,
de cabelo cacheado.

42. Tropeiro fala de burro,
vaqueiro fala de boi,
jovem fala de namorada,
velho fala que foi.

43. Fui ao botequim
tomar café.
Encontrei um cachorrinho
de rabinho em pé.
Sai pra fora, cachorrinho,
que eu te dou um pontapé!

44. Fui andando pelo caminho.
Éramos três,
comigo quatro.
Subimos os três no morro,
comigo quatro.
Encontramos três burros,
comigo quatro.

45. Palma, palminha,
palminha de Guiné
pra quando papai vié.
Mamãe dá a papinha,
vovó bate cipó,
na bundinha do nenê.

46. Entrou pela perna do pato,
saiu pela perna do pinto.
O rei mandou dizer
que quem quiser
que conte cinco:
Um, dois, três, quatro, cinco.

47. Pinto pelado
caiu do telhado,
perdeu uma perna,
ficou aleijado.

48. Agá, agá,
a galinha quer botar.
Ijê, ijê,
minha mãe me deu uma surra fui parar no Tietê.
Alô, alô,
O galo já cantou.
Amarelo, amarelo,
fui parar no cemitério.
Roxo, roxo,
fui parar dentro do cocho.

49. Quem é?
É o padeiro.
E o que quer?
Dinheiro.
Pode entrar,
que eu vou buscar
o seu dinheiro
lá embaixo do travesseiro.

50. Tique-taque
carambola
esse dentro
esse fora.

Veja também: 18 Trava-línguas do Folclore Brasileiro e O que é um trava-língua?

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.