É chamada de língua morta ou extinta uma língua que não é mais usada naturalmente pelos falantes. Algumas continuam sendo artificialmente faladas por serem estudadas, com base em documentações escritas. Outras desapareceram completamente, por não haver registros escritos que possam ser estudados.

A morte de uma língua acontece quando ocorre a morte dos seus últimos falantes. Estudiosos defendem ser necessário, no mínimo, cerca de cem mil falantes para que uma língua passe para as gerações seguintes. Os linguistas afirmam a importância da existência de registros escritos das línguas para que possam, mesmo depois de mortas, ser estudadas e não cair no esquecimento, preservando assim o patrimônio linguístico mundial.

Línguas mortas mais estudadas

A língua morta mais estudada é o latim. Apesar de morta, ainda está presente em diversas áreas do conhecimento, havendo muitas expressões latinas que são usadas no dia a dia: sui generis, per capita, in memoriam, persona non grata, curriculum vitae, a priori, in loco,...

Além do latim, dentre as línguas mortas mais estudadas estão o sânscrito, o anglo-saxão, o grego arcaico e o antigo egípcio. O aramaico ainda não está totalmente extinto e o hebraico foi revitalizado como língua oficial.

O estudo de línguas mortas é, infelizmente, pouco valorizado na sociedade, cingindo-se quase unicamente ao universo acadêmico.

Exemplos de outras línguas mortas

  • alano (falada pelos povos bárbaros dos alanos);
  • antigo eslavo (falada em regiões eslavas);
  • antigo prussiano (falada na Prússia Oriental);
  • cacán (falada na Argentina);
  • caribe insular (falada nas ilhas caribenhas);
  • cartagines (falada em Cartago);
  • celtibero (falada na Península Ibérica);
  • copta (falada no Egito);
  • etrusco (falada na Etrúria, Itália);
  • fenício (falada na Fenícia);
  • frâncico (falada na tribo germânica dos francos);
  • gaulês (falada na Gália);
  • gótico (falada na tribo germânica dos godos);
  • maia clássico (falada no México);
  • minuano (falada na América do Sul);
  • mohave (falada nos Estados Unidos da América);
  • nórdico antigo (falada na Escandinávia);
  • quíchua (falada nos Andes);
  • siríaco (falada no Oriente Médio);
  • suevo (falada na tribo germânica dos suevos);
  • sumeriano (falada na Mesopotâmia);
  • úmbrio (falada na Itália);
  • wichita (falada nos Estados Unidos da América).

Línguas mortas e em extinção no Brasil

No Brasil, vários idiomas indígenas se encontram mortos ou em grave risco de extinção:

  • tupi antigo;
  • tupiniquim;
  • tamoio;
  • pataxó;
  • tabajara;
  • tapes;
  • tremembé;
  • temiminó;
  • carijó;
  • cariri;
  • caeté;
  • charrua;
  • coroado;
  • goitacá;
  • guaianá;
  • guaicuru;
  • jabuti;
  • krenak;
  • paiaguá;
  • tairirius;
  • botocudo;
  • avá-canoeiro.
Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.