A concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número e em pessoa para concordar com o sujeito gramatical.

Para que seja feita a concordância verbal com verbos e a partícula se, precisamos saber qual a função que esta palavra assume na oração, uma vez que pode assumir as funções de partícula apassivadora ou de partícula de indeterminação do sujeito.

Concordância verbal com SE enquanto partícula apassivadora

A concordância verbal com a partícula se enquanto partícula apassivadora deverá ser feita de acordo com o sujeito paciente, podendo ficar no singular ou no plural.

A palavra se atua como partícula apassivadora, fazendo com que o objeto direto da frase assuma a função de sujeito numa oração na voz passiva. Assim, o sujeito sofre a ação verbal em vez de a praticar, sendo um sujeito paciente.

  • Vende-se este carro. (este carro é vendido)
  • Vendem-se carros. (carros são vendidos)
  • Comprou-se um livro usado. (um livro usado foi comprado)
  • Compraram-se livros usados. (livros usados foram comprados)

Concordância verbal com SE enquanto partícula de indeterminação do sujeito

A concordância verbal com a partícula se enquanto partícula de indeterminação do sujeito deverá ser sempre feita com a 3.ª pessoa do singular.

Quando a frase não é formada por um objeto direto que assume a função de sujeito, mas sim por um objeto indireto ou por verbos intransitivos, a partícula se deverá ser sempre encarada como sendo um pronome indefinido, indeterminador do sujeito.

  • Precisa-se de trabalhadores responsáveis. (alguém precisa de trabalhadores responsáveis)
  • Come-se muito bem neste restaurante. (alguém come muito bem neste restaurante)
  • Necessita-se de ajuda imediata. (alguém necessita de ajuda imediata)

Veja também: Outros casos de concordância verbal.

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.